Resumo dos sistemas monetários adotados no Brasil

Sistema Monetário	Período de Vigência	Equivalência com o Sistema Monetário Anterior
Réis	Início do séc. XVI – 30/10/1942
Cruzeiro	01/11/1942 – 12/02/1967	1000 Réis = 1 Cruzeiro
Cruzeiro Novo	13/02/1967 – 14/05/1970	1000 Cruzeiros = 1 Cruzeiro Novo
Cruzeiro	15/05/1970 – 27/02/1986	1 Cruzeiro Novo = 1 Cruzeiro
Cruzado	28/02/1986 – 15/01/1989	1000 Cruzeiros = 1 Cruzado
Cruzado Novo	16/01/1989 – 15/03/1990	1000 Cruzados = 1 Cruzado Novo
Cruzeiro	16/03/1990 – 31/07/1993	1 Cruzado Novo = 1 Cruzeiro
Cruzeiro Real	01/08/1993 – 30/06/1994	1000 Cruzeiros = 1 Cruzeiro Real
Real	Em vigor a partir de: 01/07/1994	2750 Cruzeiros Reais = 1 Real

Introdução

Existe certa confusão quando se fala em moeda, isto se deve à aplicação desse termo em duas situações distintas, uma para caracterizar o sistema monetário e, outra, as cédulas e “pratas” utilizadas como forma de pagamento. No caso brasileiro atualmente o Real para ambos os casos.

O sistema monetário de um país é representado pelo conjunto de moedas legais em circulação. A principal função da moeda é a mensuração do valor das mercadorias. Hoje em dia, inclui-se no seu conceito o conjunto de formas de pagamentos utilizadas como crédito pelo sistema econômico, tais como os depósitos, os títulos de crédito, os cartões de crédito e os fundos do tesouro.

Cada país segue um sistema monetário, porém, em alguns casos, vários países adotam o mesmo sistema para que a moeda fique mais forte comercialmente, mas nem sempre foi assim, antes da descoberta de metais preciosos, o comércio era feito na base de trocas de mercadorias.

Etimologicamente, o termo moeda, se atribui ao latim moneta, ou seja, o lugar onde se cunhavam moedas em Roma, no templo Juno Moneta. E, ainda é um instrumento ou objeto aceito pela coletividade para intermediar as transações econômicas, para pagamento de bens ou serviços (KAMINSKI & PALMEIRA, 2007).

Existem dois conceitos de moeda, um metalista e outro nominalista. No primeiro, a moeda é a própria mercadoria e é cunhada com metal precioso, e no segundo ela é aceita pelo seu valor nominal, como símbolo das relações de troca, sendo assim o instrumento financeiro, (SCHEINER, 2005).

Sistema monetário pode ser definido, segundo Ratti (2006), como o conjunto das diversas moedas que circulam em um país, guardando entre si relações definidas de valor, de acordo com normas legais estabelecidas pelas autoridades monetárias.

O primeiro sistema monetário utilizado em solo brasileiro foi a moeda portuguesa, estabelecida no início da colonização, no começo do séc. XVI. Esse sistema, que já estava em vigor em Portugal muito antes desse período, só foi autorizado, em 1568, por determinação real de D. Sebastião I, que regulamentava a circulação no Brasil das cédulas de Réis.

Foram os holandeses que moravam no Brasil que cunharam as primeiras moedas em território nacional, essa moeda nunca chegou a entrar em vigor como moeda brasileira, mas os holandeses utilizavam-na entre si. Há relatos de que não só os holandeses tinham moeda própria, mas também os ingleses e os franceses.

Com a descoberta dos minerais aqui existentes, foi criada a casa da moeda no Brasil, e com o passar do tempo, ocorreram as trocas monetárias até que se estabeleceu o atual Real, passando ao todo por oito trocas monetárias.

Portanto o país teve nove sistemas monetários e oito trocas monetárias, pois quando se estabeleceram os Réis, o dinheiro veio de Portugal, sem haver nenhuma troca.

A primeira moeda, o Réis, foi utilizada durante muito tempo, quase 450 anos, e por vários governos brasileiros. Foi utilizada desde o período colonial até o governo de Getúlio Vargas que instituiu o Cruzeiro, que vigorou até o mandato de Castello Branco. Durante o governo de Castello Branco o Cruzeiro foi substituído pelo Cruzeiro Novo. No governo de Garrastazu Médici outro “Cruzeiro” voltou a ser a unidade monetária brasileira que seria substituída apenas no governo de José Sarney, quando ocorreram duas trocas monetárias: para o Cruzado e um ano depois para o Cruzado novo. Após o mandato de Collor de Melo, quando se estabeleceu novamente o Cruzeiro, Itamar Franco, o idealizador do Plano Real, substituiu o Cruzeiro por Cruzeiro Real e finalmente para o nosso atual Real.